quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

O que são usinas hidrelétricas “a fio d’água” e quais os custos inerentes à sua construção?

Usinas hidrelétricas “a fio d’água” são aquelas que não dispõem de reservatório de água, ou o têm em dimensões menores do que poderiam ter. Optar pela construção de uma usina “a fio d’água” significa optar por não manter um estoque de água que poderia ser acumulado em uma barragem. Esta foi uma opção adotada para a construção da Usina de Belo Monte e parece ser uma tendência a ser adotada em projetos futuros, em especial aqueles localizados na Amazônia, onde se concentra grande potencial hidrelétrico nacional. Aliás, as usinas Santo Antonio e Jirau, já em construção no rio Madeira, são exemplos dessa tendência.
Quais as consequências e custos inerentes a essa opção? Quais serão os problemas futuros que a decisão de abrir mão de reservatórios com efetiva capacidade de regularização de vazões poderá criar?
Primeiramente, deve-se considerar que a energia “gerada” por uma hidrelétrica resulta da transformação da “força” do movimento da água. Transforma-se, assim, em energia elétrica, a energia cinética decorrente da ação combinada da vazão de um rio e dos desníveis de relevo que ele atravessa. Desse modo, não restam dúvidas de que, para o processo, guardar água significa guardar energia.

O risco das usinas sem reservatórios

Por Luis Nassif
O Seminário Brasilianas “Energias Alternativas” trouxe duas visões sobre o setor elétrico.
A visão atual foi o sucesso dos leilões de energia e dos programas de energia alternativa. Ao longo dos últimos anos, além do etanol sucessivos programas e os leilões viabilizaram a energia eólica, deram o tiro de partida para a fotovoltaica.
Mas problemas ambientais provocaram uma mudança perigosa na matriz energética, com a perda gradativa da importância  relativa da hidroeletricidade e, mais que isso, dos reservatórios das usinas, trazendo um aumento de risco complicado.
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Esse alerta foi feito por Hermes Chipp, presidente do Operador Nacional do Sistema Elétrico e pelo professor Nivalde de Castro, do Instituto de Economia da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).
O reservatório é como um armazenador de energia. No período chuvoso, parte da água é armazenada e serve para gerar eletricidade no período de seca.
Com essa segurança, a energia alternativa era utilizada em curtos períodos, quando o nível dos reservatórios baixava além de determinado limite.
Alguns anos atrás, o nível dos reservatórios garantia até dois anos de seca. Foi caindo. Com as novas hidrelétricas sendo construídas todas a fio d’água (sem reservatório), em 2013 os reservatórios garantirão 5,4 meses; em 2017, 4,3; em 2020, 3,5 meses.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Lucro da AES Tietê cai 31% no 4º trimestre

DO VALOR
A redução da receita do contrato bilateral com a Eletropaulo e o alto preço da energia no mercado livre pressionaram os resultados da AES Tietê no quarto trimestre de 2012. A companhia encerrou o período com lucro de R$ 181,5 milhões, queda de 31% em relação ao registrado um ano antes.
A receita líquida recuou 8,8% no período, para R$ 494 milhões, refletindo o menor volume de energia vendida para a AES Eletropaulo. A distribuidora de energia pagou R$ 471,1 milhões à Tietê no quarto trimestre de 2012 contra R$ 532 milhões um ano antes.
Os custos avançaram 48,6%, para R$ 245 milhões, impulsionados principalmente pela energia comprada para revenda. Com a estiagem do fim do ano, os gastos com compra de energia no mercado livre foram de R$ 101 milhões, quatro vezes acima do registrado entre outubro e dezembro de 2011.
Com isso, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) caiu 30,2%, para R$ 292,1 milhões. A margem Ebitda recuou de 77% para 59%.
O resultado financeiro impediu uma queda ainda maior na última linha do balanço. As despesas com pagamento de juros e variação cambial recuaram 8%, para R$ 4 milhões.
Em 2012 como um todo, a AES Tietê registrou ganhos de R$ 901,3 milhões, alta de 6,7% em relação ao ano anterior. As receitas avançaram 12%, para R$ 2,11 bilhões.

Eletropaulo tem prejuízo no 4º trimestre e lucro em 2012 despenca 93%

DA REUTERS
Distribuidora de energia do grupo AES, a Eletropaulo registrou prejuízo líquido de R$ 72,6 milhões no quarto trimestre --perda acima do esperado pelo mercado-- principalmente devido a despesas de compra de energia e encargos do setor, segundo balanço da empresa divulgado nesta quarta-feira (26).
No acumulado do ano passado, a empresa teve lucro líquido de R$ 107,9 milhões, forte queda de 93% na comparação com 2011, quando o lucro foi de R$ 1,57 bilhão.
A média dos analistas consultados pela agência de notícias Reuters previam que a empresa registrasse prejuízo de R$ 65,5 milhões nos últimos três meses de 2012. No quarto trimestre do ano anterior, ela teve lucro líquido de R$ 686,7 milhões.
O Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, amortizações e depreciações) trimestral da companhia ficou negativo em R$ 14,5 milhões, ante R$ 1,13 bilhão positivo no mesmo período de 2011. No ano, o Ebitda somou R$ 655,6 milhões, 77% menor que o resultado do ano anterior.
O mercado na área de concessão da Eletropaulo cresceu 1% em 2012 ante 2011, totalizando 45.557 gigawatts-hora (GWh) de energia distribuída.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Denúncia de espionagem envolve Consórcio Construtor de Belo Monte

Por Repórter Brasil
Empregado do Consórcio Construtor Belo Monte é flagrado infiltrado em reunião do Movimento Xingu Vivo com caneta espiã. Em vídeo, ele diz que trabalhava com ajuda da Abin e que se infiltrou também no movimento sindical para desmobilizar greves
O Ministério Público Federal recebeu denúncia de que o Consórcio Construtor de Belo Monte (CCBM) organizou esquema de espionagem contra movimentos sociais e sindicais que se opõem à construção da Hidrelétrica de Belo Monte. De acordo com o Movimento Xingu Vivo para Sempre, um empregado do consórcio foi  flagrado infiltrado na reunião de planejamento realizada neste domingo, 24, gravando o encontro com uma caneta espiã. Questionado, ele se disse arrependido e concordou em gravar o depoimento em vídeo abaixo detalhando sua atuação. Além disso, apresentou crachá e carteira profissional na qual consta o registro da empresa, que foram fotografados pelos integrantes do grupo.

Geradoras de energia querem ajuda para cobrir rombo

Por Claudia Facchini
Depois das distribuidoras de energia elétrica, serão as geradoras que vão pedir socorro financeiro ao governo federal. A Associação Brasileira dos Produtores Independentes de Energia Elétrica (Apine) calcula que as empresas terão de desembolsar cerca de R$ 4 bilhões em janeiro apenas para pagar pelo risco hidrológico, que obriga as geradoras a comprar energia no mercado disponível para honrar a diferença entre o volume produzido e a energia comprometida nos seus contratos de abastecimento.
A Apine estima que as hidrelétricas deixaram de produzir, em média, 26% da energia contratada no primeiro mês de 2013, quando o país enfrentou uma grave escassez de água nas principais bacias hidrográficas.
"Pedimos [ontem], com urgência, uma audiência com o secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmermann", afirmou Luiz Fernando Vianna, presidente da Apine. Entre as medidas avaliadas, a entidade pedirá ao governo uma linha de financiamento especial do BNDES.
Segundo Vianna, o rombo no fluxo de caixa das hidrelétricas será quatro vezes maior que o das distribuidoras, estimado em torno de R$ 1 bilhão em janeiro. As distribuidoras precisam arcar com os custos da geração térmica até a data do reajuste tarifário, que é feito uma vez por ano pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), e já pediram ajuda do governo para financiar o seu capital de giro.
A energia que não foi produzida em janeiro precisará ser comprada na Câmara de Comercialização de Energia (CCEE) pelas geradoras, que terão de pagar o Preço de Liquidação das Diferenças (PLD) vigente. O PLD é estabelecido semanalmente e reflete o custo para a geração de energia.
Devido à forte queda no nível dos reservatórios das hidrelétricas, praticamente todas as usinas térmicas do país precisaram ser ligadas, o que fez com que PLD disparasse, atingindo um dos mais altos patamares da história. Em janeiro, segundo a Apine, o PLD médio situou-se em torno de R$ 410 por MWh.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Para garantir abastecimento na Copa, térmicas ficarão ligadas o ano todo

Da Folha
Enquanto prepara uma mudança que, no médio prazo, mudará o perfil energético do Brasil (de hidrelétrico para hidrotérmico), o governo decidiu no curto prazo manter ligadas, durante todo este ano, as térmicas a gás natural e carvão. A afirmação foi feita ao jornal "Valor" pelo diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Hermes Chipp.
A medida, segundo Chipp, é manter os reservatórios das hidrelétricas o mais cheios possíveis, para evitar problemas de abastecimento de no ano que vem, quando acontece a Copa do Mundo.

Obras na hidrelétrica em Mato Grosso estão paradas após tumulto e incêndio

Por Anna Flávia Rochas
Segundo a Copel, dona da usina Colíder, incêndio começou na segunda-feira e, no dia seguinte, houve depredação com saque de caixas eletrônicos.
As obras na usina hidrelétrica Colíder, da Copel, estão paralisadas e sem previsão de retomada, após incêndios e destruição de alojamentos e outras instalações provocados por trabalhadores na segunda e na terça-feira.
Um primeiro incêndio começou na segunda-feira à noite e a depredação continuou no dia seguinte, com o saque de caixas eletrônicos, segundo informações da assessoria de comunicação da Copel e do Consórcio Colíder, responsável pela obra.
A Copel informou que as estruturas permanentes da usina não foram afetadas, mas houve danos na estrutura que dá suporte às atividades de construção, como alojamentos para trabalhadores e escritórios.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Nível de reservatórios das regiões Sudeste e Centro-Oeste continua a subir

Por Vitor Abdala, da Agência Brasil
Rio de Janeiro – O nível dos reservatórios do subsistema elétrico Sudeste/Centro-Oeste continuou a subir nas últimas semanas e chegou a 42,9%, segundo dados de ontem (12) do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).
Os níveis começaram o ano com cerca de 28% e mantiveram-se baixos até meados de janeiro. Depois disso, os níveis começaram a subir, alcançando cerca de 35% já no final do mês. O Subsistema Sudeste/Centro-Oeste responde por 70% da capacidade instalada de energia no país.
Os níveis dos reservatórios do Subsistema Nordeste, que responde por 18% da capacidade instalada de energia, também têm crescido desde meados de janeiro. 

Polícia encontra “escravas sexuais” que atendiam trabalhadores de Belo Monte

Por Leonardo Sakamoto
A Polícia Civil de Altamira (PA) encontrou 14 mulheres e uma travesti em situação de escravidão e cárcere privado em um prostíbulo localizado em área limítrofe de um dos canteiros de obras da hidrelétrica de Belo Monte. A operação foi realizada na noite desta quarta (13), após denúncia de uma garota de 16 anos, que conseguiu fugir. A matéria é de Verena Glass, da Repórter Brasil:
A adolescente procurou a conselheira do Conselho Tutelar, Lucenilda Lima, que acionou a polícia. De acordo com o delegado Rodrigo Spessato, que comandou a operação, as mulheres eram confinadas em pequenos quartos sem janelas e ventilação, com apenas uma cama de casal. Cadeados do lado de fora trancavam as portas Elas tinham entre 18 e 20 anos – além da jovem de 16, e eram provenientes do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. De acordo com o delegado, em depoimentos, as vítimas afirmaram que podiam ir à cidade de Altamira uma vez por semana, por uma hora, mas eram vigiadas pelos funcionários da boate.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Térmicas devem operar em tempo integral

Por, Agnaldo Brito
Dono de 12% de toda a água doce do planeta, o Brasil está preparando uma mudança no sistema elétrico para não ficar mais tão dependente das hidrelétricas. As térmicas vão atuar ao lado das hidráulicas, em um sistema híbrido ou hidrotérmico.
Um dos passos para fazer essa mudança é a retomada nos próximos dois anos da contratação, pelo governo, de térmicas movidas a gás natural, mas não é o único.
O governo, segundo o plano desenhado no Ministério de Minas e Energia, está disposto a enfrentar a provável resistência para ampliar fortemente a geração térmica com carvão mineral e até a proposição de novos projetos de usinas nucleares em parceria com o setor privado.
A energia das usinas térmicas é mais suja e poluente que a das hidrelétricas, mas ela oferece uma estabilidade maior para o sistema, hoje muito dependente das chuvas --como mostram os problemas no início deste ano.

Decisão sobre térmicas é reflexo da pressão de ambientalistas

Da Folha de São Paulo
A expansão da geração de energia com fontes térmicas é reflexo direto de uma decisão tomada na última década pelo Brasil. Após a pressão ambientalista, o país aceitou reduzir o tamanho das novas usinas hidrelétricas. A consequência foi a redução da capacidade de guardar água nas usinas.
O Brasil vai ampliar em 39% a geração hidrelétrica até 2021. Mas, apesar disso, a capacidade de acumular água das chuvas (equivalente a ter energia guardada) crescerá apenas 5% no período. Enquanto isso, a demanda brasileira vai crescer 46%.
Novas usinas, como Jirau, Santo Antônio, Teles Pires ou Belo Monte, só foram licenciadas mediante essa restrição, mas especialistas dizem que a escolha obrigaria o país a usar mais térmicas.
"Não teremos mais reservatórios como Sobradinho, no rio São Francisco. Não há mais lugar para a construção de usinas com essas dimensões", afirma Altino Ventura, secretário de planejamento e desenvolvimento energético do Ministério de Minas e Energia.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Alarde sobre racionamento coincide com insatisfação de setor energético em relação à redução da tarifa

Por, Renato Godoy de Toledo
Uma suposta crise gerada pela falta de capacidade de geração de energia no país, somada aos índices pluviométricos abaixo da média em 2012, tem sido o assunto preferido da imprensa corporativa e da oposição ao governo federal neste início de ano. Na última entrevista coletiva do final do ano de 2012, instada a responder sobre o assunto, a presidenta Dilma Rousseff afirmou a jornalistas que é “ridícula” a hipótese de racionamento de energia no país.
Os rumores sobre um possível racionamento de energia e o risco de apagões coincidem com as medidas do governo no setor, com mais intervenção na definição das tarifas de energia que vislumbram reduzir em até 32% o valor.
O acordo de redução da tarifa proposto pelo governo federal foi rejeitado pelas companhias Cesp (São Paulo), Cemig (Minas Gerais), Copel (Paraná) e Celg (Goiás), todas de estados governados pelo PSDB.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Já imaginou sua cidade sem poluição luminosa ?

Enviado por Luis Nassif
Assim seria o Rio de Janeiro se tirássemos a poluição luminosa que ofusca o céu da cidade maravilhosa. O fotógrafo francês Thierry Cohen é o responsável pela série, chamada Darkened Cities (‘Cidades escurecidas’, em tradução livre). 
O truque está em tirar uma foto do céu precisamente na mesma latitude da cidade escolhida, mas em uma região menos povoada, e com a câmera exatamente no mesmo ângulo. Os resultados são fotos que jamais poderíamos observar na vida real, mas que mesmo assim tiram o fôlego.


segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Mecanismo para transposição de peixe na Usina Hidrelétrica Lageado, Tocantins

















Externalidades no setor de energia elétrica: soluções e desafios

Por Felipe Botelho*
Externalidades são definidas como efeitos colaterais não intencionais de produção e consumo que afetam positivamente ou negativamente a terceiros (PEARSE & TURNER, 1990). Basicamente, o problema de externalidades surge a partir de falhas de mercado ou como resultado da falta destes (missing markets) em termos de alocação de todos os efeitos produzidos a partir de atividades econômicas e sociais aos agentes envolvidos. A falta de mercados pode ser resultado da falta ou definição indevida de direitos de propriedade e responsabilidade, custos de transação, características de uso comum de recursos  entre outras razões (JOSKOW, 1992).

domingo, 3 de fevereiro de 2013

Requião: Copel fala em nome do interesse público, mas visa lucro dos acionistas privados

por Luiz Carlos Azenha
O senador Roberto Requião não é fã incondicional do modelo adotado pelo governo Dilma para o setor elétrico. Diz que os consumidores do Paraná eram e continuam sendo prejudicados. Mas rejeita a noção de que a empresa estatal de energia do Estado, a Copel, não tenha aderido à proposta do governo federal  – de antecipar a renovação de concessões em troca de redução de tarifas — para defender o patrimônio público. Isso porque, segundo o senador, 70% das ações da Copel estão nas mãos de acionistas privados, cujo interesse fez o Paraná deixar de ter a tarifa mais baixa do Brasil.

Energia das marés

Foz do Rio Bacanga, São Luiz, Maranhão. O único projeto de aproveitamento da energia das marés (maremotriz) no Brasil. O que se destaca neste sítio é a variação dos níveis das marés, de aproximadamente seis metros.
Foto: hrech
Projeto Conceitual para geração Maré-motriz 
No período de julho de 1977 a novembro de 1978 a Eletrobrás mobilizou algumas empresas a estudarem aspectos distintos sobre o aproveitamento hidroenergético do estuário, porém somente após a viagem de técnicos brasileiros à Europa e ao Canadá em setembro de 1980, é que se elaborou o projeto conceitual para geração maré-motriz.  
Com vista nas visitas feitas a usinas em operação, em implantação e em fábricas de equipamentos, ficou decidido em acordo entre a Sondotécnica (Empresa consultora contratada) e a Eletrobrás a utilização de duas alternativas: 
  • Grupo turbogerador bulbo;  
  • Grupo com gerador periférico. 
A inclusão do segundo item se deveu a alguns fatos constatados na viagem, como por exemplo, a usina de Annapolis Royal - Baía de Fundy/Canadá apresentar características similares as do Bacanga e utilizar geradores periféricos. Outra situação é devido ao custo inferior aos bulbos, maior potência e conseqüentemente maior geração de energia.  
A usina seria implantada à margem esquerda do estuário por razões geotecnológicas e construtivas, pois teria que ser construída a "seco", com o mínimo de interferência ao tráfego local, além de utilizar geradores da mesma potência, com a subestação elevadora e transformadores localizados no piso superior.  
O anteprojeto definia para a alternativa 1, o uso de 6 turbogeradores bulbo de 4500 kW funcionando em simples (geração de 56300 MWh/ano); e para alternativa 2, três grupos periféricos de 11340 kW em simples efeito (geração de 59600 MWh/ano), por apresentar custo inferior ao duplo efeito e contar com a possibilidade da fabricação Nacional.
Fonte: Shigeaki Leite de Lima et all. (Projeto da Usina Maremotriz do Bacanga: Concepção e Perspectivas)

sábado, 2 de fevereiro de 2013

Ebisa e Eletrobras avançam no projeto Garabi-Panambi

A empresa argentina Emprendimientos Energéticos Binacionales S.A. (Ebisa) publicou no Diário Oficial argentino a licitação internacional para a contratação dos serviços de estudos de engenharia, estudos socioambientais e plano de comunicação social do projeto Garabi-Panambi.
Trata-se um aproveitamento hídrico localizado na bacia hidrográfica do rio Uruguai, na fronteira entre o Brasil no estado do Rio Grande do Sul, e a Argentina, nas províncias de Misiones e Corrientes.
A estatal argentina de energia elétrica é parceira da Eletrobras no projeto, que prevê a construção de duas usinas com capacidade total de 2.200 megawatts (MW), a um custo inicialmente estimado em US$ 5,2 bilhões.
As duas empresas acordaram também que quando estiverem atuando conjuntamente nos projetos dos aproveitamentos hidrelétricos se denominarão Unidade Executiva Garabi-Panambi (UnE Garabi-Panambi).
Em 1980, foi firmado entre os governos do Brasil e da Argentina o Tratado para o Aproveitamento dos Recursos Hídricos Compartilhados dos Trechos Limítrofes do rio Uruguai e de seu afluente o rio Pepiri-Guaçu.
Histórico
Em 2008, a Eletrobras e a Ebisa assinaram o Convênio de Cooperação para a execução conjunta dos estudos de inventário do rio Uruguai na fronteira entre o Brasil e a Argentina e o estudo de viabilidade de um aproveitamento hidrelétrico, escolhido de comum acordo entre as partes. Em 2009, um segundo convênio foi assinado visando à elaboração conjunta de um segundo aproveitamento no rio Uruguai.

Em março de 2009, após Licitação Internacional realizada na Argentina, foi assinado, entre a Ebisa e o consórcio formado pela empresa brasileira Cnec, em parceira com as argentinas Esin e Proa, o contrato para realização dos Estudos de Inventário Hidroelétrico do Rio Uruguai do trecho compartilhado do rio Uruguai. O resultado desses estudos de inventário, aprovados pelo Ministério de Minas e Energia, seleciona dois aproveitamentos hidrelétricos: Garabi e Panambi, com capacidade instalada total estimada em 2.200 MW.
Em 2011, a Ebisa lançou edital de Licitação Pública Internacional para a contratação dos estudos de engenharia, dos estudos ambientais e do plano de comunicação social, visando preparar a documentação de licitação das obras dos dois aproveitamentos hidroelétricos de Garabi e Panambi.
Em 2012, foi concluído o processo de seleção do certame, que apontou como vencedora a Unión Transitoria de Empresas, formada por duas empresas brasileiras – Engevix e Intertechne – e quatro empresas argentinas – Consular, Grupo Mesopotámico, IATASA e Latinoconsult.
Fonte: Eletrobrás

Ceará vai gerar energia com movimento das ondas do mar

O Brasil conta com uma faixa litorânea de aproximadamente 8 mil quilômetros e começa, agora, a aproveitar o potencial energético oferecido pelo movimento das ondas do mar. A usina de ondas do Porto de Pecém, a 60 km de Fortaleza, Ceará, vai abastecer o porto onde está instalada.
Apoiado pelo governo do Ceará, trata-se de um projeto piloto, financiado pela Tractebel Energia por meio do Programa de Pesquisa e Desenvolvimento da Agência Nacional de Energia Elétrica, que vai servir para analisar sua viabilidade.
Dois braços mecânicos suportam grandes boias em uma das extremidades e sobem e descem de acordo com o movimento das ondas, acionando dispositivos dentro da usina à beira-mar, onde água doce é pressurizada para criar energia elétrica de forma parecida com a utilizada nas usinas hidrelétricas. A diferença é que ao invés de haver uma queda d´água para girar turbinas, é essa água doce pressurizada pelo movimento das ondas do mar que oferece o movimento necessário para gerar a energia.
Além do apoio do governo estadual, o Ceará foi escolhido por contar com ondulação praticamente constante, graças aos ventos alísios, que também tornam possível gerar energia eólica pela metade do custo exigido por esta novidade acionada pelo movimento das ondas do mar.

Usina de Jirau começará a operar em março

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou hoje (1º) alteração do cronograma de implantação da Usina Hidrelétrica de Jirau, no Rio Madeira (RO). Com a mudança, o início da geração comercial de energia, prevista para 31 de janeiro deste ano, passou para o dia 1º de março.
A Energia Sustentável do Brasil, responsável pelo empreendimento, pediu prorrogação até maio, mas os diretores da Aneel entenderam que a geração deveria começar em março. Se a empresa não conseguir fazer os testes necessários até a data do início da produção de energia, o prazo poderá ser prorrogado para 1º de maio.
A empresa alegou que as greves de trabalhadores e os incidentes no canteiro de obras ocorridos no ano passado, como saques e depredações, atrasaram o cronograma, além da operação-padrão de auditores da Receita Federal, que retardou a entrega de equipamentos.
A empresa argumentou também que as linhas de transmissão, que vão escoar a energia da usina, só ficarão prontas em abril. “Este alinhamento de datas é muito benéfico para o consumidor, porque não haverá nenhum desembolso por uma energia que não poderia ser entregue”, explicou a representante da Energia Sustentável do Brasil, Gerusa Magalhães.
Com investimento de mais de R$ 13 bilhões, a usina terá capacidade instalada de 3,75 mil megawatts (MW) e garantia física de 2,18 mil MW médios, suficiente para abastecer mais de 10 milhões de casas.
Fonte: Agência Brasil
Edição Beto Coura (matéria atualizada às 20h06 para acréscimo de informação sobre os prazos estabelecidos pela Aneel para o início da geração de energia).