domingo, 21 de abril de 2013

Apine: PCH merece atenção especial do governo

Por Wagner Freire
Enviado por Conrado Fleck
Fonte tem potencial para movimentar R$ 45 bilhões e aumentar a capacidade instalada da matriz elétrica em 6.500MW
A Associação Brasileira de Produtores Independentes de Energia Elétrica (Apine) pede que o governo dê uma atenção especial para a contribuição que as pequenas centrais hidrelétricas (PCH) podem dar ao sistema elétrico.
Relatório recente da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) demonstra que existem 654 Projetos Básicos de PCHs na condição de "aceitos", com potencial de capacidade instalada da ordem de 6.500MW e de investimentos de R$45 bilhões.
“Esta fonte merece especial atenção por parte do governo", destaca Apine. Recolocar as PCHs no planejamento elétrico é um dos temas defendidos pela associação, conforme consta na Agenda Legislativa 2013 da Apine, apresentada aos parlamentares nesta quarta-feira (17/04).
As PCHs representam 3,52% (4,315MW) da matriz elétrica brasileira, com 439 empreendimentos. "Sua cadeia produtiva, embora seja 100% nacional", segundo a Apine, "está sendo destruída e este segmento se encontra atualmente sem perspectivas".
Um dos motivos da PCH não ter sucesso nos leilões é o custo de produção da energia. De acordo com a consultoria Vario ECP, a implantação de uma PCH média (15MW) custa R$6,5 milhões por MW instalado.
Mas na opinião da Associação Brasileira de Energia Limpa (Abragel), é possível recolocar a PCH no jogo. Para isso, é preciso que se considere as externalidades (vantagens) da fonte. A PCH, normalmente, é instalada perto do ponto de consumo, o que minimiza os custos com transmissão, por exemplo. Também é uma ótima fonte para o atendimento da "ponta" (consumo), segundo especialistas, pois possibilita programar a geração para o momento em que o sistema mais necessita da energia. A Abragel ainda defende a sejam realizados leilões específicos por fonte.
Pelos cálculos da consultoria Roland Berger, se todos esses fatores fossem precificados, a relação custo benéfico da PCH seria de R$36,00. Portanto, se considerado que uma PCH média consegue vender energia hoje no leilão por R$150/MWh, deveria ser descontado o Índice Custo Benefício (ICB) de R$36,00, o que reduzia o custo da fonte para R$114/MWh, deixando o segmento mais competitivo nos leilões. Alternativas de financiamento também ajudariam o setor a viabilizar usinas no Mercado Livre.
Outras fontes
A Apine, por sua vez, ainda defende a presença de outras fontes na matriz elétrica, como a termelétrica, eólica e a solar fotovoltaica. "A fonte termelétrica, em geral injustamente demonizada (especialmente as movidas a carvão mineral, banidas dos leilões a partir de 2008), possui importante papel na matriz, sendo necessária e importante para segurança energética e confiabilidade do sistema."
Já as usinas eólicas, na avaliação da Apine, se tornaram competitivas ao longo dos últimos anos, com potencial para ampliar significativamente sua presença na matriz.
Quanto à solar, a Apine destaca as características naturais favoráveis que o Brasil possui para o desenvolvimento da fonte, como alto fator de insolação e a abundância de terras relativamente baratas. Sem contar que o país tem grandes reservas de quartzo, que podem gerar importante vantagem para a produção de silício com alto grau de pureza, para células e módulos solares.

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