quarta-feira, 27 de março de 2013

Força Nacional de Segurança vai ao Pará acompanhar estudos para barragens no Tapajós

Cerca de 80 integrantes da Força Nacional de Segurança desembarcaram de um avião Hércules da Força Aérea Brasileira (FAB) no final da tarde deste domingo (24) no aeroporto de Itaituba, oeste do Pará. Feito de forma sigilosa, a chegada à cidade surpreendeu toda a população.
As notícias veiculadas ontem (25) na região afirmam que a Força Nacional veio para uma operação de combate ao garimpo ilegal no rio Tapajós. Porém, segundo informações levantadas, o real motivo da presença militar é dar segurança as equipes que estão fazendo estudos para as barragens previstas na região, sobretudo a usina hidrelétrica São Luiz Tapajós.
O MAB repudia a atuação do Estado brasileiro, que no processo de licenciamento do Complexo Tapajós, ao invés de abrir um canal de diálogo com o conjunto da sociedade para discutir os reais impactos sociais e ambientais das barragens, coloca a força militar para intimidar a população.
É necessário que haja transparência sobre este projeto para que as famílias ameaçadas não sejam novamente violentadas no seu direito à informação. É preciso que o governo seja claro sobre a situação dos povos indígenas ameaçados, além de dizer para quê e para quem será a energia que querem produzir nestas águas.
Portanto, contamos com uma atitude de respeito do governo federal com a população e que este dialogue de forma honesta, sem truculência e intimidação, comuns aos que defendem os interesses de grandes empresas.
Afirmamos que continuaremos no processo de organização popular buscando envolver toda a população do campo e da cidade em um processo de debate público contra a construção de grandes empreendimentos que, nós sabemos, não está serviço do povo brasileiro.
Queremos, por fim, chamar os trabalhadores a construir alternativas de desenvolvimento que tragam dignidade para o povo e não destruição da natureza e multiplicação da pobreza. Assim, prosseguiremos contra todas as formas de intimidação que possam surgir porque a segurança de nossa luta está nas mãos do povo organizado.
Fonte: MAB

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